sábado, 30 de junho de 2007

Raízes

Existem costumes familiares interesantes que indicam que Deborah, além do nome, tem uma herança dos Cristãos Novos do Nordeste. Alias, além do nome de Deborah, a família tem sobrenomes conhecidos como pertencentes às familias de cripto-judeus dos primeiros séculos da colonização do Brasil. Portugal, diferente da Espanha, não obrigou os judeus a sair do país, mas obrigou-os a se converterem. Mesmo assim, "muitos dos Cristãos-Novos continuaram a secretamente observar o judaismo", como diz o artigo na Wikipedia. Esses costumes que remetem tão claramente à uma origem nos Cristãos Novos para Deborah, eram simplesmente coisas do dia-a-dia, coisas normais, coisas da família.

Algumas semanas atrás, a gente fez uma visita ao rabino da sinagoga daqui, Judea Reform, para ver se dava para investigar, explorar essas raízes, rezar na sinagoga. O Rabino Friedman concordou que sim, parece bem possível que Deborah venha de uma família judáica. Demorou algumas semanas (cansaço da gravidez e cansaço do novo trabalho), mas sexta retrasada fomos para a sinagoga, uns 12 minutos de carro do nosso apartamento, em Durham. O Rabino Friedman tá de férias agora, mas encontramos uma comunidade muito acolhedora. O rabino convidou as pessoas presentes pela primeira vez a se introduzir, a dizer de onde veio. Têm poucas pessoas que chegam do Rio!
Depois do serviço acabar, falamos muito com as pessoas da congregação, e evidentemente o estado avançado da gravidez da Deborah gerou muitos comentários e muita conversa.
Voltamos ontem, estamos gostando bastante.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

jogador de basquete baiano

Povo do meu Brasil varonil, tenho algo a declarar: meu filho, filosoficamente falando, é baiano. Isso porque, que não me interpretem mal todos os meus possíveis leitores da Bahia, ele tá completamente afim de sombra e água fresca. No caso, barriga quentinha e zero de esforço para fazer essas coisas difíceis como mamar, respirar, chorar, fazer cocô... Preguiçoso toda vida. Nada de se mexer e tentar encaixar para nascer. Nada de fazer uma forcinha pra me colocar em trabalho de parto. Negativo. Ele é adepto da máxima "em time que está ganhando não se mexe". E assim estou eu aqui num misto de ansiedade, exaustão e perplexidade! Esse menino não foi gerado no Rio e vai nascer na Gringolândia?? De onde vem essa alma baiana, meu deus??
Alie-se a isso um tamanho digno de jogador de basquete da NBA. Pela nossa última ultrassonografia, fiquei sabendo que meu bebezinho está com 10 lbs ou, em português corrente e fluente, 4kg e meio!! Com fêmur, pés, mãos, cabeça, todos grandes... Sendo assim, meus queridos, podem imaginar como estou eu me sentindo já na 41ª para a 42ª semana de gestação. Cansada, mau-humorada, cheia de dores pelo corpo... e completamente surpresa com o fato de estar grávida de um, digamos, jogador de basquete baiano!!
Enfim, como somos humanos, e não elefantes, meu querido filhote tem que nascer e não dá pra ficar dentro da barriga muito mais tempo. Assim sendo, sem perspectivas animadoras para um parto natural, uma cesárea foi marcada para a próxima segunda-feira, dia 02/07, às 10:30 AM (às 11:30 AM no horário do Brasil), no Durham Regional Hospital. Se por acaso eu entrar em trabalho de parto antes, faço uma cesárea de emergência. Senão segunda ele estará entre nós!! E, quem sabe, poderemos esperar meu menino fazendo cestas e mais cestas. Nem que seja jogando o coco vazio na cesta de lixo, deitado numa gostosa rede, na beira da praia de Itapoã!!

sábado, 23 de junho de 2007

ainda não

o Lucas não chegou ainda não....

quinta-feira, 21 de junho de 2007

ainda não...

Lucas ainda não chegou......

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Feliz Aniversário

Feliz Aniversário, Deh!
Happy Birthday!
(O Lucas ainda não chegou..........)

segunda-feira, 18 de junho de 2007

falta de postes....

Olha, galera, estamos chegando aos últimos minutos dessa gravidez, que tá até ameaçando entrar em prorrogação... vamos esperar que não vá pros penaltis. O que quer dizer que a Debinha não tá muito afim de ficar em frente do Macintosh para escrever. O dia oficial pro rapaz chegar é 20 de junho, dia do 33º aniversario da Deborah.

Enquanto isso, uns dados interesantes do Google Maps -

para ir de carro de Durham a Chicago - 786 milhas, 13 horas.
para ir de carro de Durham a Toronto - 786 milhas [sim, igualzinho], 12 horas, 37 minutos.
para ir de carro de Durham a Miami Beach - 829 milhas, 12 hours 29 minutos/
para ir de carro de Durham a Nova Orleans - 850 milhas, 13 horas.

Nunca imaginei morar num lugar eqüidistante dessas 4 cidades......

em comparação ----
Paris - Copenhagen 1,231 km, 12 horas
Paris - Roma 1,437 km 13 horas 36 minutos
Paris - Madrid 1,274 km 12 horas 11 minutos....

sexta-feira, 8 de junho de 2007

resuminho de duas semanas

Bem, bem, algo em torno de duas semanas sem escrever, deixando nossos amigos no escuro...
Mas tem sido extremamente difícil conseguir ficar sentada mais do que alguns poucos minutos aqui na frente do computador. Esse rapazinho, que ainda está aqui dentro da barriga no bem-bom, anda me deixando com falta de ar e muita dor nas costas e costelas, o que não é lá muito fácil e agradável de se conviver.
Mas vou tentar fazer um ligeiro resuminho dos últimos acontecimentos.
1. Há exatamente 2 semanas, Steve and Marjorie, meus queridos sogrinhos, chegaram aqui depois de dois dias de pé na estrada. Eles saíram de Boston numa quarta-feira, passando por New Jersey pra deixar várias coisas da mudança da Emma (filha do Tom), cumprindo um intinerário grande. Chegaram aqui na sexta-feira seguinte com o carro LOTADO de coisas pro Lucas. Berço, carrinho, roupinhas, brinquedo... váriassssss coisas!!
2. No sábado seguinte à chegada deles eu recebi uma surpresa: um baby shower, ou melhor, um chá de bebê em família! Enquanto eu fui fazer as unhas (um capítulo à parte que terei que contar melhor depois) com KJ, nossa vizinha amiga, Tomzinho, Steve e Marjorie foram para o Target (uma baita loja-de-departamentos + mercado daqui) e compraram um monte de coisas que estavam faltando, inclusive uma super lata-de-lixo para fraldas descartáveis que é um sonho!! Embala as fraldas usadas, armazena e isola o cheiro dos, digamos, produtos do meu rebento e quando estiver cheia, é só trocar o saquinho interno e pronto!! Chiquérrimo!!! :-)
3. Na segunda-feira seguinte foi feriado e viajamos pra uma cidade próxima (1 hora e 20 de viagem) chamada Salem (não é a mesma das Bruxas de Salem não... eu perguntei) fundada, em meados do século XVIII, por cristãos protestantes da Igreja Moravia, provenientes da região que hoje a gente conhece como República Tcheca. O que interessava mesmo à gente era a Old Salem, ou Salem Antiga, que preserva casas e prédios originais, além de ter tido parte das habitações reconstruídas. Assim, você paga uma entrada (que não é barata, mais ou menos 20.00 dollars e que foi paga por Marjorie and Steve) e pode entrar nas casas e nas lojas, onde você é sempre atendido por pessoal treinado e vestido a caráter, além do museu de Artes Decorativas do Sul. Enfim, sempre fico bastante impressionada com a capacidade que o pessoal aqui na Gringolândia tem de tornar tudo um negócio lucrativo, onde se vende de tudo, onde tudo tem um ar meio disneilândia, onde cultura, história e dinheiro andam de mãos dadas... fico imaginando esse tipo de iniciativa em cidades como Ouro Preto no Brasil, onde encontramos uma arquitetura muito mais interessante, uma história viva, intensa, um sabor muito mais forte de vida do que em Old Salem, por exemplo. Os retornos seriam enormes para a cidade e a população...
4. Durante esse passeio a Old Salem é claro que eu andei bastante (pelo menos foi o que me pareceu, já que não tem sido nada fácil equilibrar esse corpanzil dinossáurico em duas míseras pernas de mamífero bípede!!), é claro que está calor e é claro que eu tive contrações. Conclusão: para fazer nossa última visita, justamente ao Museu de Arte Decorativa, com um tour guiado que demoraria de 1 hora a 1 hora e 15, Tomzinho me colocou sentada numa cadeira de rodas e saiu me empurrando museu a dentro. Claro que achei o maior mico e tal. Fiquei com vergonha mesmo. Mas depois, minha gente, vou te dizer: AMEI!!! A maior mordomia! Tão confortável e gostoso que no fim da visita fiquei com pena de devolver a cadeira... :-)
5. Na terça-feira conheci, finalmente, meu cunhado Will, sua mulher Charlotte e meu novo sobrinho Gideon que, pasmem, tem a minha altura! Ok, ok, isso não seria nada demais (aliás, seria até de menos se ele já fôsse um adulto) não fôsse o pequeno detalhe: ele é um rapazinho de apenas 9 anos de idade!! Repito: NOVE ANOS DE IDADE!! Imaginem!! Enfim, fomos todos nós jantar na Churrascaria Chamas, uma autêntica churrascaria rodízio brasileira! Fiquei igual pinto no lixo, comi farofa, um pouco de feijoada e quilos de picanha, maminha, filet, alcatra com alho, lingüicinha... tudo de bom e conversando em português com os garçons!! Amei.
6. Na quarta-feira Steve e Marjorie voltaram pra Boston de manhã cedinho e nós voltamos à nossa rotina e expectativa. Tivemos também a minha visita semanal à clínica obstétrica que, graças a deus, me mostrou que tudo anda bem comigo e com meu pimpolho.
7. De sexta para sábado eu praticamente não dormi com cólicas e contrações. Eu e Tomzinho pensamos: "é hoje!!" De manhã liguei para minha prima obstetra Ana Paula, no Rio, e recebi o seguinte conselho: vai caminhar que vc pode conseguir acelerar o processo de trabalho de parto. Assim fomos andar no shopping Southpoint, um lugar enorme, com lojas ótimas e ar condicionado bem gostoso. Andamos algumas horas e as contrações se intensificaram. Voltamos pra casa e, depois de conferirmos que os intervalos entre elas era de mais ou menos 4 minutos, partimos de mala e cuia para o hospital. Chegando lá me colocaram numa cadeira de rodas (de novo!), fiz uma fichinha básica, já que eles já têm meus dados, e fui encaminhada para o meu quarto de parir. Fui atendida por um par de enfermeiras ótimas que monitoram os batimentos cardíacos de Lucas (excelente), as contrações (que contrações...?) e os meus batimentos cardíacos (muiiiito alto). A história era que, mesmo eu sentindo dores e tal, as contrações não estavam acontecendo. E meus batimentos não deveriam estar tão altos. Aí me fizeram aseguinte pergunta: "você bebeu líquido hoje?". Eu: "er... não muito..." Claro que eu não bebi! Eu fui caminhar no shopping, fui bater perna, fui me preocupar em ter contrações! Como eu ia me lembrar de bebr água?? Pois me deram o provável diagnóstico: desidratação. Enfim, depois de vários copos d`água, um exame de urina, um toque pra conferir a minha dilatação (1 mísero centimetrozinho...), depois de Tomzinho ter lindamente roncado no sofá e de quase 4 horas de espera, fui liberada com algumas recomendações do tipo "Como Se Identificar Que o Trabalho de Parto Realmente Começou"... um mico total... e lá voltei eu, sem cadeira de rodas agora, sendo acompanhada por todos os olhares do staff do hospital...
8. No domingo, já que não pari Lucas, fomos com KJ para Greensboro fazer uma visita ao museu Weatherspoon, um museu de arte contemporânea com um acervo não muito grande, mas de excelente escolha. Peças muito boas. E algumas delas estão à venda, o que faz do museu um museu-galeria. Tomzinho tá pensando em fazer um concerto de flauta num espaço bem legal do museu, com teto alto e acústica boa pra esse tipo de concerto! Vamos ver se rola... tomamos um café, voltamos pra Durham e jantamos num restaurante tipo bandejão, perto, gostoso e barato. Um achado!
9. Passamos os dias bem e na quarta, depois de termos ido mais uma vez à clínica obstétrica, Tomzinho se mandou pro aeroporto e voou pra Boston pra tão esperada formatura da sua filha Emma. A formatura, em Harvard, aconteceu na quinta-feira, sendo iniciada pela manhã e com festividades durante o dia. Tomzinho me ligou feliz, o que me deixou feliz do lado de cá. No fim do dia, lá foi ele de novo pro aeroporto, se enfiou noutro avião e aportou por aqui perto das 10 da noite! Confesso que foram 2 dias meio tensos pra mim, já que estava fora dos meus objetivos e desejos parir sem Tomzinho estar por perto... fiquei, então, bem quietinha em casa, vendo um filme atrás do outro, sem quase me mexer!!! Mas foi Tomzinho chegar e comecei a ter cólicas! Nada que tenha me levado a hospitais, com direito a cadeira de rodas e tudo... mas, dizem que, alguma hora ele vai nascer!!! e haja paciência!!