domingo, 19 de agosto de 2007

parindo, vivendo e aprendendo.

Essa história de estar em país novo e ser mãe ensina muita coisa, sabe? Deveria ser uma experiência obrigatória para muita gente. Por exemplo, eu tô aprendendo que, não importa a nacionalidade, todo mundo adoraaaaa bebê. Todo mundo quer pegar, segurar, fazer cafuné. Só não sei porque as pessoas insistem em pegar direto na mãozinho do meu filhote, com a mão vinda sei lá de onde e com que micróbios. Justamente na mãozinha fofa e pequena que ele vive colocando na boca... Mas, aprendi também, que é muito difícil, tendo uma vida socialmente ativa, impedir que isso aconteça. A menos que você deseje ser conhecida como a brasileira-psicopata-antipática, o jeito é respirar fundo e (tentar) relaxar.
Outras coisas muito úteis que tenho aprendido é a comer comida fria, tomar café-da-manhã só de vez enquando (infelizmente não, isso não está me fazendo perder peso), dormir ao estilo Leornardo da Vinci (15 minutos a cada hora), tomar banho, fazer número 1 e número 2 só depois que meu filhote estiver dormindo (e rápido). Aprendi a tomar café e sopa gelados e suco de laranja e coca-cola quentes. Aprendi que os bebês têm um sensor, algo que indica com precisão a hora em que vc tá no meio de um telefonema importante, ou que tá com uma comida queimando no fogo ou, ainda, quando está pensando em lavar os cabelos, pra começar a chorar desesperadamente querendo mamar. Aprendi também a parar qualquer coisa que eu estiver fazendo quando sou solicitada por esse serzinho.
Além disso, aprendi que muito cedo os filhos reconhecem os pais, dão enormes sorrisos pela manhã e te fazem se sentir a pessoa mais feliz do mundo, mesmo sem ter muito tempo para depilar as axilas e as pernas, fazer as unhas dos pés ou arrumar os cabelos. Mesmo sem conseguir assistir a um concerto inteiro sem ter que sair para dar de mamar no meio (e evitar os gritos insandecidos do seu rebento), mesmo que vc tenha que limpar cocôs enormes, daqueles que sujam até as orelhas, justamente quando vc está na clínica, no shopping ou na casa de algum amigo sem filhos. Apesar disso tudo vc se sente amada e amando. Se sente especial pra caramba. Se sente importante porque do teu peito sai o leite que tá fazendo esse moleque crescer. Se sente a pessoa mais sortuda do mundo por ter assim uma família tão especial.

Um comentário:

marcelo disse...

oi! os textos tão cada vez mais inspirados. até dão espaço para pensar em rever a resolução antiga de não ter filhos...
mas olha, não sei se é especificidade geográfica, mas desde cedo aprendi que não se pega em mão de bebê, pelos motivos citados.
talvez seja mania desse povo que gosta de deitar de sapatos no sofá e na cama. ou será que isso só acontece na califórnia?