sábado, 18 de outubro de 2008

Nove meses, sete dias, dezessete horas e seis minutos

Quase um ano desde o último post. Ou, mas precisamente, nove meses, sete dias, dezessete horas e seis minutos. Cansaço, trabalho com Lucas, uma boa dose de preguiça e o fato de estar me habituando à realidade daqui, me deixaram meio que se palavras por esse quase um ano de hiáto aqui no Dois Cariocas. Que tinha que se chamar Três Cariocas, agora. Ou pelo menos, Dois Cariocas e Meio. Enfim, muitas águas já rolaram nesse tempo, algumas coisas interessantes, outras nem tanto. A maioria bastante corriqueira e sem importância. Outras tantas coisas absurdas e sem sentido. E a gente vai levando.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

temperatura máxima... ou mínima

Quem acompanha o blog dos Dois Cariocas, sabe que temos um alarme de incêndio muito eficiente aqui em casa. Um alarme meio temperamental, é verdade, que não gosta de cheiro de pão muito torrado e de farelos queimando no fogão. Alarme que dispara com forninhos e ovos fritos. Enfim, um alarme muito sério e que é digno de respeito.
Pois bem, na madrugada do último dia 4 de janeiro, iniciozinho de sexta-feira, estávamos nós felizes e contentes, dormindo profundamente (essa é uma hora completamente sagrada pra mim desde que Lucas nasceu, a hora em que estou dormindo), sonhando, embolados com Morfeu quando um barulho ensurdecedor começou a soar dentro do quarto. Isso tudo com uma luz branca, feito um flash de máquina fotográfica, piscando. Imediatamente Lucas começou a chorar, ou melhor, a gritar. Pulamos da cama num estalo. Eu peguei Lucas do berço, tampei os ouvidinhos dele e fui procurar onde estava a torrada queimada, ou o ovo frito, ou que raio de forninho estava ligado. Pra minha surpresa, não, não tinha nada ligado dentro do apartamento. Não era nada que tivéssemos feito. Mais uma descarga de adrenalina me atravessou e caiu a ficha: "porra, é o alarme de incêndio de verdade!!" E uma certeza se fez clara, tínhamos que sair do apartamento o mais rápido possível, pois o prédio estava pegando fogo e, enquanto estivéssemos dentro de casa, corríamos perigo. E o pior dos piores, MEU FILHO corria perigo.
Lucas a essa hora já não chorava mais e só olhava, entre surpreso, admirado e divertido, fofoqueiro e curioso que ele é. Com certeza queria entender porque papai e mamãe corriam tanto gritando de um lado pra outro. É impressionante como esse alarme tem um efeito devastador, deixando a gente numa pilha tão grande que fica difícil pensar, fazendo a gente querer só sair correndo. Assim Tomzinho pegou as flautas dele, eu peguei os nossos passaportes (incrivelmente isso é o que mais me preocupa), a mochila do Lucas e fui dar uma conferida rápida na temperatura lá fora: incríveis 10 graus Celsius NEGATIVOS. Isso mesmo, -10ºC!! Eram 4:30 da manhã, tínhamos uma temperatura de 10 graus abaixo de zero, um bebê de 6 meses nos braços e um alarme contra incêndio enlouquecido em nossos ouvidos! Desesperador, não?
Enfim, coloquei um casaco-do-estilo-edredon-ambulante, luvas, gorro, cachecol de lã, botas de camurça, enfiei o que deu no Lucas, enrolei o pobrezinho em cobertores e lá fomos correndo pro carro. Assim que saí de casa o frio bateu no rosto como um tapa ardido. Dentro do carro, o banco parecia que estava molhado com gelo derretido. Uma beleza para um tratamento criogênico contra celulites. Meu filhote, que geralmente odeia colocar aquele monte de roupas pra frio que eu sempre tento enfiar, era um anjo de candura embaixo de tantas camadas quantas me foram possíveis colocar nele. E enquanto eu chorava de nervoso e disparava impropérios e palavrões contra aquilo tudo, Tomzinho, polianamente, tentava me acalmar dizendo que ainda bem que tínhamos aquele alarme, que nossa vida estava segura, que nosso filhinho estava salvo, etc. etc. etc.
Finalmente saímos da garagem (depois de esperar alguns carros manobrarem e sairem também) e eu, que já estava intrigada, fiquei mais intrigada ainda: cadê o cheiro de fumaça e queimado? aliás, cadê a fumaça?? Comecei a desconfiar que tudo não tinha passado de mais um alarme falso, mas ao chegar do lado de fora vimos não um, mas dois caminhões dos bombeiros. Parecia caso sério. Esperamos estacionados, motor do carro e aquecimento ligados. Tomzinho saiu pra fofocar e descobriu que realmente não tinha nenhum incêndio e que o problema tinha sido um vazamento de água em uma tubulação qualquer ligada aos sprinklers, aquelas coisinhas que ficam penduradas no teto pra justamente apagar qualquer fogo inadvertido e inoportuno.
Fomos liberados pra voltar pra casa pelos rapazes do corpo de bombeiros. E, ao contrário do que eu imaginei e poderia supor, não ouvi nenhuma palavra de revolta ou de descontentamento dita por nenhum dos outros moradores, igualmente tirados da cama às 4:30 da manhã com frio de -10ºC. Ninguém reclamando. Na terra onde todo mundo processa todo mundo, ninguém falou nem uma vezinha que deveríamos processar o condomínio, ou a empresa que mantém o sistema de alarmes. Nada, nada. E, conversando com Tomzinho (que se tem alma carioca, nasceu e cresceu aqui na Gringolândia, sendo sempre minha fonte fidedigna de informações preciosas) entendi que todos se sentiam muito bem por saber que o alarme podia acordá-los no meio da madruga. Se sentiam muito seguros porque, imagina, se o alarme disparou com água, imagina o que faria se fôsse fogo de verdade!!
E assim, todos sabem que não terão problemas com velas acesas ou torneiras abertas. Não seremos queimados e muito menos afogados. Boa medida também para economizar água nesses dias de seca aqui em Durham. Você dá descarga e o alarme de incêndio/vazamento-de-água dispara e todo mundo fica sabendo que você está disperdiçando água na hora de dar uma cagada. Muito prático mesmo. E over, como tudo nesse país de superlativos, de carros enormes, cafés em baldes, indenizações milionárias. Uma madrugada, digamos assim, cinematográfica.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

a moca do tempo

Faz tempo que eu nao escrevo. Faz tempo, inclusive, que nao passo por aqui pra dar uma misera espiadinha. Mas tenho la as minhas razoes e desculpas. Nao eh nada facil cuidar de um pequeno rapaz que mama, chora, ri, faz coco (com acento, por favor!), acorda de madrugada, faz manha, quer brincar, baba, quer papar... E isso tudo so com a pequena (e luxuosa) ajuda que meu marido pode me dar no curto espaco de tempo em que esta disponivel em casa. Adicione a isso tudo um novo (novo pra mim, claro) fator que estou descobrindo aqui na Gringolandia: o frio do inverno.
Claro que quando eu falo "frio" nao estou nem chegando perto do frio possivel (e inimaginavel) de lugares como Canada, Islandia, Groenlandia... mas, para uma carioca da gema, acostumada a "rigorosos invernos cariocas" onde a minima nao chega a 13 graus Celsius, falar do inverno daqui de Durham e de temperaturas que variam de 10 a -10 graus eh o mesmo que falar da era Glacial!! Assim sendo, estou, mais uma vez, me adaptando a nova vida. Aprendendo novas formas de viver, aprendendo o que fazer e, principalmente, o que NAO fazer. Ontem, por exemplo, aprendi que quando a temperatura esta abaixo de zero grau (pra ser mais precisa, -1 na ocasiao), mesmo que voce va na lixeira, bem rapidinho, tipo 10 minutinhos, se for ao ar livre NAO va sem luvas. Eu achei que so o casaco, o gorro, as botas e o cachecol seriam suficientes. Mas aqui, nesse complexo de apartamentos meio absurdo, onde a lixeira eh tao longe de casa que a gente tem que ir de carro, acabei por demorar mais do que o recomendavel (e suportavel) e de repente comecei a sentir meus dedos arderem, e ficarem dormentes, e meio duros... Cheguei em casa correndo, com as maos vermelhas e meio sem sensibilidade. Falei pro Tomzinho: "nao consigo sentir meus dedos!!", e ele (rindo, claro): "ahh!! agora sim voce sabe o que eh frio. Nao eh aquela babaquice de fresquinho nao. Eu te disse, frio eh quando voce nao sente mais os dedos se eles estiverem expostos. Frio doi. Parabens!!" E assim fui "batizada" com maos ardidas e mais uma nocao de que frio de verdade eh foda.
Claro que para uma pessoa com grandes tendencias a comportamentos obsessivos compulsivos, tanta novidade eh um prato cheio para desenvolver novas neuroses. Ou pintar as neuroses antigas com novas cores. E comigo nao seria, claro, diferente. Estou, digamos, obcecada, pelas condicoes climaticas, pela temperatura, pela quantidade de umidade... enfim, por tudo relacionado ao clima. Meu site predileto passou a ser o Wunderground, um site de meteorologia que eh um espetaculo. Te da previsao do tempo, temperatura atual, historico dos dias, meses e anos, maxima e minima temperatura do dia, recordes, etc. Estou sempre em dia com o que Sao Pedro anda aprontando na atmosfera. E assim, posso me programar e saber o que usar e o que colocar no meu pimpolho. Isso, claro, eh um capitulo a parte. Eu nunca sei, ou sabia, o que vestir nele direito. Acabei aprendendo que tudo eh uma questao de "camadas". Quantas camadas de roupa voce esta usando e quantas voce vai colocar na sua cria. A regra eh simples: sempre coloque uma camada a mais no no seu filho. Mas isso funciona bem para quem ja esta acostumado com o frio. Para uma carioca, ligeiramente friorenta e que esta sempre com medo de ser pega desprevenida com temperaturas abaixo de zero, o risco de super-aquecer meu filhote eh sempre alto. Por varias vezes peguei Lucas suando, mesmo sob temperaturas polares... mas estou trabalhando com afinco nisso, e acho que ja estou conseguindo mante-lo aquecido sem, contudo, cozinhar o pobrezinho.
E assim, com temperaturas baixas, luvas e cachecois a postos, resolvi que era hora de ver neve, ora pois pois. Afinal de contas eu ja to sofrendo mesmo. Ja tenho que me preparar toda pra sair, ir ao mercado, ir na caixa de correio! Que seja, entao, com neve, essa super novidade para a carioca que vos fala. Pra quem tem acompanhado o blog desde o inicio, deve lembrar como me deparei pela primeira vez, la na primavera em New Jersey, com aquele monte de neve pretinha e suja (no post "Sujo como a neve"). Claro que essa neve nao valeu. O que eu quero agora eh aquela neve branquinha, caindo em flocos brilhantes. Aquela neve de filme, sabe? Pois bem, com meu novo, digamos, hobby de acompanhar e monitorar toda a previsao do tempo, descobri que as condicoes climaticas eram propicias para a neve no ultimo dia 2, quarta-feira, e que provavelmente teriamos alguma. Confesso, nao sem alguma vergonha, que fiquei ansiosa como o que. Emocionada mesmo. Primeira neve aqui em Durham desde que cheguei!! Primeira neve do Lucas!! Primeira neve de verdade que eu veria!!
Enfim, nevou. Eu vi floquinhos de neve caindo do ceu. Fiquei com os olhos umidos de alegria e emocao e acompanhei, minuto a minuto a evolucao da paisagem. Me encasaquei e fui pra porta de casa soh para sentir pela primeira vez os flocos de neve batendo no rosto. Mal eu podia esperar pra ver as ruas branquinhas, os telhados cobertos de neve. Mal eu podia esperar para caminhar afundando meus pes na neve fofa e fresca, para fazer bonecos de neve com meu maridinho e meu pimpolho. Enquanto eu tinha esses devaneios, a neve pluft!, simplesmente parou de cair. Sem aviso nenhum, parou de nevar. Depois de, no maximo, 15 minutos de miseros e quase invisiveis floquinhos caindo do ceu simplesmente parou de nevar. Assim. E foi assim que ficou a minha cara, totalmente incredula e decepcionada, "Po, ja acabou??". Pois eh, acabou. Meu segundo contato com a neve aqui na Gringolandia foi mais um fiasco. E das temperaturas abaixo de zero que tem rolado por aqui, soh sobrou o laguinho do chafariz congelado no jardim. Que foi ate legal de ver, um laguinho (ta bem, ta bem, um tanquinho) todo congelado. Que ja descongelou, claro. As temperaturas subiram e eh quase dificil acreditar que estamos no inverno da Gringolandia. Enfim, pensando bem, Gracas a Deus. Assim me sinto bem mais perto do Rio e do fingido (e delicioso) inverno carioca.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Com pimenta

A vida do solteiro tem algumas vantagens. Enquanto a Deh e o Lucas Ben estao fora de casa, posso me alimentar com as comidas que eu gosto, e ela nao, principalmente comida indiana com PIMENTA. Em muitos aspectos sou carioca, mas nisso sou bem baiano. Ontem fui pra lojinha de coisas indianas, e comprei uns dez pacotes dessas comidas que vem prontas - eh so esquentar e comer. Detalhe interesante: no pacote diz: "com tecnologia desenvolvida pelo Defense Food Research Laboratory". Quer dizer: eu estou comendo as mesmas comidas que o pracinha indiano come.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Boa Viagem!

Deborah e Lucas estao voando hoje para Rio de Janeiro. Sairam do aeroporto RDU as 17:40. Boa viagem, queridos!

domingo, 16 de setembro de 2007

concerto

Oi gente, desculpe a falta de posts aqui. Estamos preparando para a ida da Deborah e do Lucas para o Rio. Tambem tinha um concerto na NC State (com musica do Serginho) para preparar. O concerto, quinta passada na serie Arts Now, atraiu uma plateia de quase 90 pessoas, todos jovens. Toquei bem (modestia a parte), e depois falei bastante com alunos entusiasmados pela musica do Sergio, com muitas perguntas.

A resenha do concerto esta aqui: http://www.cvnc.org/reviews/2007/092007/ArtsNow.html.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Bi-continental

Conseguimos! agora o Lucas Benjamin Camara Freire Moore tem dois pasaportes - brasileiro e americano. Quer dizer que em breve ele vai conhecer a outra patria, voando (com a Deborah) para a Cidade Maravilhosa para conhecer parentes e amigos.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Oba!

Depois de meses e meses de estudar a flauta sozinherrimo,
pintou um concerto de repente, e até com cache - fui convidado
a tocar no primeiro evento do Arts Today na NC State, em Raleigh -
musica para flauto solo, claro, inclusive as bagatelas do Serginho.
Dia 13 de setembro, 7 horas.

Linque:
http://www.ncsu.edu/music/events/index.html

domingo, 19 de agosto de 2007

parindo, vivendo e aprendendo.

Essa história de estar em país novo e ser mãe ensina muita coisa, sabe? Deveria ser uma experiência obrigatória para muita gente. Por exemplo, eu tô aprendendo que, não importa a nacionalidade, todo mundo adoraaaaa bebê. Todo mundo quer pegar, segurar, fazer cafuné. Só não sei porque as pessoas insistem em pegar direto na mãozinho do meu filhote, com a mão vinda sei lá de onde e com que micróbios. Justamente na mãozinha fofa e pequena que ele vive colocando na boca... Mas, aprendi também, que é muito difícil, tendo uma vida socialmente ativa, impedir que isso aconteça. A menos que você deseje ser conhecida como a brasileira-psicopata-antipática, o jeito é respirar fundo e (tentar) relaxar.
Outras coisas muito úteis que tenho aprendido é a comer comida fria, tomar café-da-manhã só de vez enquando (infelizmente não, isso não está me fazendo perder peso), dormir ao estilo Leornardo da Vinci (15 minutos a cada hora), tomar banho, fazer número 1 e número 2 só depois que meu filhote estiver dormindo (e rápido). Aprendi a tomar café e sopa gelados e suco de laranja e coca-cola quentes. Aprendi que os bebês têm um sensor, algo que indica com precisão a hora em que vc tá no meio de um telefonema importante, ou que tá com uma comida queimando no fogo ou, ainda, quando está pensando em lavar os cabelos, pra começar a chorar desesperadamente querendo mamar. Aprendi também a parar qualquer coisa que eu estiver fazendo quando sou solicitada por esse serzinho.
Além disso, aprendi que muito cedo os filhos reconhecem os pais, dão enormes sorrisos pela manhã e te fazem se sentir a pessoa mais feliz do mundo, mesmo sem ter muito tempo para depilar as axilas e as pernas, fazer as unhas dos pés ou arrumar os cabelos. Mesmo sem conseguir assistir a um concerto inteiro sem ter que sair para dar de mamar no meio (e evitar os gritos insandecidos do seu rebento), mesmo que vc tenha que limpar cocôs enormes, daqueles que sujam até as orelhas, justamente quando vc está na clínica, no shopping ou na casa de algum amigo sem filhos. Apesar disso tudo vc se sente amada e amando. Se sente especial pra caramba. Se sente importante porque do teu peito sai o leite que tá fazendo esse moleque crescer. Se sente a pessoa mais sortuda do mundo por ter assim uma família tão especial.

sábado, 18 de agosto de 2007

amanha de manha... vou servir o cafe pra nos dois...

Ando meio sumida, eh verdade. Isso tudo porque tenho trabalhado bastante cuidando do filhote. E isso inclui acordar de madrugada para dar de mamar. Felizmente, Lucas eh um bom rapaz, um filho exemplar, e geralmente soh me acorda uma vez durante toda a madrugada. Seguindo a linha familiar, eu sou uma boa esposa. Sendo assim, saio de perto do meu maridinho, que dorme feito um anjo (ou uma pedra, para ser mais precisa) e vou amamentar no quarto do Lucas. Assim Tom pode dormir tranquilo e ir livre, leve e solto, trabalhar no dia seguinte. Claro que eu nao sou 100% desprendida e altruista. Quando eu saio do circuito, tambem estou tentando garantir umas horas a mais de sono durante a manha. Tom, que acorda cedo pra caramba, pode ficar livre pra fazer os barulhos que quiser. E eu fico lah, quietinha, dormindo na cama do quarto do Lucas.
Mas ontem ele exagerou um pouco nos barulhos que fez. Lucas acordou por volta das 4 e alguma coisa da manha. Mamou. Troquei sua fralda e, como sempre, mais ou menos uma hora depois dormiu de novo. Assim eu pude, finalmente, por volta de umas 5 e meia da manha, voltar para os bracos de Morfeu. Ateh que, lah pelas 6 da manha, eu tive um sonho onde uma sirene tocava, tocava e nao parava por nada. Eu, cansadissima como sempre, tentava em vao fazer esse barulho insuportavel parar, ou pelo menos diminuir os decibeis. De repente senti aquela descarga de adrenalina nas minhas veias: "Eh o alarme de incendio!!". Levantei correndo, peguei Lucas no berco, tapei os ouvidinhos dele (nao que ele tenha acordado. Ele herdou do pai essa capacidade de dormir com uma banda de musica ao lado. Claro que quando estah com o estomago devidamente cheio...) e ainda pensei: "meu deus, to soh de calcinha e camiseta! sera que eu troco de roupa? nao, nao!! nao importa!! pode nao dar tempo!! vamos sair!" Tudo em fracoes de segundo.
Assim, correndo, tentando coordenar os pensamentos, abri a porta do quarto. E encontro Tom correndo da cozinha para a sala, abrindo janelas, porta de casa... Olhou pra mim com uma expressao meio de desculpas e ao mesmo tempo de "mas eu nao fiz nada..." e disse: "Eu soh tava fazendo ovos pro meu cafe da manha...". Eu ainda falei: "Liga o exaustor do fogao!". Enfim, o nosso fogao eletrico (como a maioria dos fogoes dos lares norte-americanos) tem um problema serio para ser limpo internamente, na parte onde ficam as resistencias que aquecem as panelas. E vira e mexe caem farelos, pedacinhos de qualquer coisa e, o pior de tudo, o terror dos terrores, o leite entorna!! Assim, quando voce vai usar novamente aquelas coisinhas que cairam e que voce nao conseguiu remover totalmente, queimam. O cheiro de queimado fica forte. E, se voce der mole (e for uma pessoa com pouca sensibilidade oufativa, como meu querido maridinho) o alarme contra incendio dispara as 6 da manha, enquanto voce prepara ovos pro seu cafe da manha... De qualquer modo fiquei me sentindo protegida. Vi que esse troco funciona mesmo. E que, definitivamente, eh impossivel dormir com alarme aos berros!!

sábado, 11 de agosto de 2007

mais cultura....

Hoje fomos com Merlin e nossa amiga Anne para o melhor museu da arte nas vizinhanças, the North Carolina Museum of Art. O calor cedou um pouquinho, com ceu nublado, e temperaturas mais amenas, e chegamos sem sofrimentos, acompanhados dos soms dos Rolling Stones (as faixas classicas dum CD duplo de Merlin). Vimos com prazer que o museu trocou umas obras para outras, e que agora tem duas telas legais de Monet para ver.
Na volta almoçamos no nosso restaurante latino-americano predileto, a Taqueria "Los Comales", pedimos 4 tacos de frango, 4 pupusas (comida salvadoreña), 3 bebidas de tamarindo, e uma de horchata (com gosto de canela). Acho que Merlin prefere a comida mexicana mais americanizada - aquela menos saudavel e cheia de porcaria...
e finalmente fomos para a festa de aniversario da Julia, filha dos amigos Hermes e Marcia....com crianças batendo numa piñata de borboleta até os docinhos cair de dentro. Conhecemos um outro casal brasileiro-americano - desta vez duas mulheres, uma paulista e uma americana, muito simpaticas, vizinhas de Hermes e Marcia. Pouco a pouco a gente vai conhecendo a comunidade brasileira do Triangle.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

um calor senegalesco

Acontece que a semana em que o Merlin está aqui com a gente está muito quente mesmo, tão quente que desincentiva qualquer atividade fora da casa, particolarmente porque nosso carro gringo do Norte não tem ar condicionado. Qualquer viagem de carro vira um inferno. Deborah, Lucas e Merlin não estão sofrendo tanto porque em casa temos um ar legal "centralizado", que fica na parede e não na janela. Mas quando tá na hora de sair de casa é um sofrimento. Quarta feira a noite tinha um concerto do coro do nosso amigo Rodney Wynkoop, para que eu dei dicas de pronuncia, informações sobre a cultura brasileira etc. e tal. Deborah tava com medo pela saude do nenem por causa do calor. Fomos de carro (uns 25 minutos) para Chapel Hill, para uma igreja baptista moderninha e interessante, ao lado da estrada ("highway"), quase dentro de um shopping. Lucas se comportou bem durante o concerto, o qual tinha uma mistura de musica "pop" americana, "spirituals" da cultura negra americana, e as peças brasileiras, inclusive uma Ave Maria de Villa-Lobos (Deborah chorou).
Hoje fomos para Deborah tomar uma banana split na Ben & Jerry's...Merlin tomou um milkshake "caramel macchiato" com sorvete sabor de café. Quando a gente vai para B & J eu nunca peço nada, porque sei que vai sobrar sorvete na porção da Deh (tais as porções rabelaisianas da culinaria americana....)

sábado, 4 de agosto de 2007

Carolina do Norte também é cultura

Nossa vida aqui é bem interiorana - todo mundo com dinheiro e lazer sai da cidade durante o verão rumo a lugares mais amenos, e as universidades, que providenciam eventos culturais durante os semestres, não oferecem nada. Hoje fomos com Merlin a Raleigh para pesquisar a cultura artistica do Capital do Estado, num distrito perto de Moore Square e o City Market (Mercado da Cidade). Tem varias lojinhas, restaurantes chics, e até um predio com estudios de artistas (Artspace). Vimos varias obras interessantes. O Visual Art Exchange vai hospedar um show em outubro de Travel Scenes - perfeito para as nossas fotos do Rio de Janeiro. Com certeza a gente vai entrar no concurso.
Almoçamos num bar/restaurante aconchegante, e dividimos um Ultimate Nachos, muito ao gosto do Merlin.
Unico problema: um calor do cão para ir e voltar no nosso carrinho sem ar.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

um dia movimentado...

hoje a gente deu entrada no passaporte do Lucas, nos correios no centro de Durham. Pedimos o serviço especial - se paga extra, e o passaporte é devolvido dentro de um mes. Sem pagar a taxa extra, so dentro de até quatro meses.
Tb fizemos a consulta do primeiro mes do Lucas - ela está muito bem, com peso de 11 libras, 2 onças (mais de 5 kg), e cresceu já 2 cm. A enfermeira deu Similac gratis, e a médica tb - numa quantidade impresionante, um valor de até 30-40 dolares!
No final da tarde Merlin chegou de trem de Nova Jersey, uma viagem de mais de 10 horas. Ele ficou jogando de Gameboy ou coisas parecidas o tempo inteiro. Jantamos no Q-Shack (dividi um beef brisket super-gostoso com Deborah), e depois encontramos nossa amiga Anne no "Federal" para tomar um Guinness (half-pints) - Merlin tomou um Beck's sem alcool.
Merlin cresceu muito tb - tem quase a minha altura.

terça-feira, 31 de julho de 2007

Só para dizer

Só para dizer.....Brasil, te amo muito!