quarta-feira, 28 de março de 2007

Miami

Eis que depois de um monte de horas (sem dormir, diga-se de passagem) dentro de um aviao, chegamos nos EUA, em Miami. Mas, seria mesmo EUA...? Impressionante como se escuta de tudo, principalmente espanhol, nos corredores do absurdamente grande aeroporto internacional da cidade, menos o que eu mais esperava ouvir, ou seja, ingles. Entrei nos EUA sem ouvir ninguem falando ingles, o que me deu um sentimento meio de fraude, meio de que eu tava sendo enganada. Caraca, 8 horas dentro de um aviao, com um cobertozinho que ou cobria os ombros ou cobria os pes, com uma comida, digamos, blargh e nada de ingles?!?
Claro que to sendo um pouco exagerada e rabugenta. A oficial da imigracao (Carmen ou Dolores, nao me lembro bem) falava ingles. Com sotaque. Mas falava, ue. Eu tambem tenho sotaque. Um monte alias. Mas eu sou a imigrante, bolas! Achava que eu me sentiria um tanto quanto especial, afinal.
No fim das contas acho que Miami serve como um portal de transicao entre a latinidade e o anglicanismo. Eh um ponto onde voce vai, aos poucos, ouvindo uma lingua que nao eh a sua, mas que nao eh totalmente estranha. Mesmo que voce nao fale uma palavra de espanhol, sempre eh possivel um entendimento, uma conversa, um sorriso e isso eh reconfortante. Mesmo que um tanto decepcionante. Principalmente para mim, que tenho essa tendencia (totalmente latina) ao drama, a necessidade de sofrer, e achava que seria completamente discriminada e mal-querida. Ledo engano. Sou mais uma nesse mundao de imigrantes. E pessoas muito especiais.

Um comentário:

bibi disse...

se entendi bem, você agora está sofrendo por não estar sofrendo...