terça-feira, 22 de maio de 2007

25 minutos de fila?? ahhhh, não!!

Hoje fomos ao banco pra resolver duas coisinhas. A primeira era informar o meu SSN, ou Social Security Number, ou número do seguro social. A segunda era assinar papéis e dar autorização para Duke depositar o pagamento do Tomzinho diretamente na conta.
A verdade é que já era a quarta vez que tentávamos resolver a história do SSN. Mas toda vez que chegávamos no banco, éramos informados que nossa espera seria de, no mínimo, 25 minutos. Sempre desistíamos, achando que dava pra esperar mais uns dias pra resolver e que ficar 25 minutos esperando era muita coisa. Enfim, dessa vez não foi diferente. Numa fila de espera digna de Banco do Brasil em dia de pagamento de pensionista, fomos educadamente avisados que ficaríamos mofando um bom tempo. Tomzinho rebelou-se. Falou com o rapaz que nos atendia (que depois viemos a saber se tratar do gerente) que aquilo era um absurdo, que ele tinha conta há quase 20 anos no banco, que nunca tinha visto aquilo, que ele não era mal atendido assim quando estava no Brasil, que seria obrigado a trocar de banco, que por favor ele informasse tudo aos superiores, que abrisse uma agência perto de Duke, que era inaceitável, que era um pé no saco ter que trocar todos os negócios dele com o banco por estar descontente com o atendimento, e assim por diante. E o rapaz pedindo desculpas, entre sorrisos e evasivas, doido pra fugir, dava um monte de explicações e razões, tentando aplacar a fúria do meu maridinho.
Eu, que sou macaca velhíssima de reclamações no Rio, achei que esse tipo de coisa nunca faria muito efeito aqui na Gringolândia, onde tudo é tão rígido e inflexível que nunca se consegue nada no jeitinho. Ou na porrada. No Brasil você sempre tem duas possibilidades, com esse tipo de reclamação: ou você vai acabar discutindo seriamente com o cara que tá te atendendo, ou seu problema vai ser rapidamente resolvido, regado a água gelada e cafezinho. Mas aqui, que não temos nem uma fila especial para idosos e mulheres (super) grávidas como eu (e que, mesmo nas enormes filas do Banco do Brasil teríamos), onde pra pedir uma informação rápida temos que nos submeter à fila como todos os outros mortais, sempre temos que nos comportar de acordo com os padrões. Afinal sair dos padrões nunca adianta nada.
Pois, ledo angano. Adiantou tudo. Nossa fila de 25 minutos se transformou em 3 minutos. Fomos atendidos rapidamente por uma mocinha muito atenciosa e cheia de sorrisos. Me senti meio num esquema "você sabe com quem está falando?" que deu certo. Nem no Brasil o desfecho teria sido tão satisfatório e tão rápido. Talvez o gerente quisesse só se livrar logo do Tom e sua ira acumulada em quase 3 anos sem poder reclamar muito no Brasil (hoje eu entendo perfeitamente como nos sentimos desconfortáveis em fazer reivindicações em uma língua que não é a nossa). Talvez ele tenha se sentido culpado pela minha barriga gigante. Ou talvez ele tenha acreditado em Tomzinho e tenha querido realmente não perder o cliente. Enfim, independente da resposta correta, a verdade é que, para nós o resultado foi espantosamente satisfatório. Me fez até começar a acreditar que talvez (e eu disse "talvez") esse país tenha jeito. Quem sabe um jeitinho quase brasileiro...?

Um comentário:

Maria Carolina disse...

Tom, você realmente pegou o espírito da coisa! Está se saindo um "barraqueiro" profissional de primeira qualidade! Não há nada que o Brasil não faça por uma pessoa...
Ah! Só vocês mesmo para "descolar" um carro chamado 'Rio' e com placa 'Carioca'... Muito bom! A cara de vocês.
Um beijão para todos!
Maria Carolina