quarta-feira, 25 de abril de 2007

mais restaurantes

Hoje fomos comer em um restaurante tailandes chamado Thai Cafe. O ambiente é super agradável, a comida ótima. Uma boa combinação de sabores suaves, mas marcantes. Preços honestos. Decoração aconchegante e convidativa.
Tudo parece perfeito, até a gente esbarrar com um vício de comportamento de todos os restaurantes americanos, independente se você está sendo atendido com sotaque tailandês, chinês, mexicano ou sulista. O fato é que você é SEMPRE expulso do restaurante. Parece absurdo, mas é assim que acontece, obedecendo a um rígido ritual que deve ser ensinado em alguma escola do tipo "como ser garçon em 10 lições" ou "os passos importantes rumo ao sucesso do seu restaurante".
Enfim, o ritual é o seguinte:
1. Você chega no restaurante e é conduzido à sua mesa, raramente escolhendo onde quer ficar.
2. Os cardápios são entregues imediatamente assim que você chega à sua mesa.
3. A pergunta "oi, como vão?" é automaticamente emendada em "o que vão beber?"
4. Trazendo as bebidas, os nossos pedidos de comida são anotados.
5. No meio da refeição o garçon/garçonete passa e pergunta se está tudo bem.
Até aqui tudo pode parecer maravilhoso, e você começa a achar que o atendimento norte-americano é uma maravilha. Mas é justamente nesse ponto que você começa a perceber o seu engano. A pseudo-simpatia e eficiência é decorada, passo-a-passo e, contrariamente às minhas expectativas iniciais, o comportamento adquirido pelos garçons não visa uma fidelização e uma maior permanência do cliente dentro do restaurante. Indo de encontro a todas as leis capitalistas (e lembrem-se, estou aqui falando do maior símbolo do capitalismo que existe, os Estados Unidos da América), todo o esforço do staff do restaurante é que você vá embora o mais rápido possível. Por que? Tá aí um mistério que ainda não consegui resolver. Tomzinho acha que é um comportamento puramente cultural, se é que isso existe. A mim parece um modo de agir bem burro, se é que isso também existe.
Mas, voltando ao atendimento do Thai Cafe, assim que nossos pratos se esvaziaram, a mocinha voltou e perguntou se haviamos terminado. Respondemos que sim e Tomzinho ainda elogiou a comida, dizendo que estava ótima. O que concordei prontamente. Ela, então, tirou nossos pratos e voltou imediatamente com a conta. Eu que, na minha ingenuidade brasileira, achei que ela voltaria para falar sobre sobremesa e tal, fiquei com um ar perplexo e meio abobalhado. Eu tinha visto, no primeiro momento, antes dela levar e esconder os cardápios, que tinha uma sobremesa que muito estimulava os sentidos de uma grávida. Mas ela simplesmente cortou tudo. Acabou com o prazer de finalizar uma refeição. Essa coisa tão nossa de ficar na mesa, esperar um pouquinho, conversar, comer um doce, tomar um café, pensar pra onde vai depois do restaurante, pedir a conta... isso não existe aqui. A cultura fast food impera, mesmo num restaurante que, teoricamente, não teria nada de fast food. Você pode ainda pensar "ah, vai ver tinha um monte de gente esperando por uma mesa" e eu te respondo que não. O restaurante tem em torno de 30 mesas e só umas 5 estavam ocupadas.
A verdade é que, com pequenas variações de sorrisos e comportamento (no Cinellis, o nosso restaurante italiano favorito, os rapazes são muito legais, apesar de seguirem as mesmas regras), você é basicamente atendido da mesma maneira em todos os lugares. Entra, come e sai. Aliás, saia! A única exceção, até agora, foi justamente a taqueria mexicana, onde comemos calmamente, não pagamos antecipadamente (como acontece nos fast foods e nos cafés em geral) e só pedimos a conta quando deu vontade de ir embora. Do jeitinho que deve ser todo restaurante civilizado que se preze. Do jeitinho que deve ser no restaurante e na casa de qualquer latino, seja brasileiro ou hispânico. Entre, sinta-se em casa. Mi casa es su casa.

Um comentário:

Anônimo disse...

denis eu sou garçon tehno 50 ja fis tantos cursos de hotelaria nao vale nada hoje em dia so quantidade qualidade nada