sábado, 14 de abril de 2007

oops!... they did it again

Ontem Tomzinho foi pra caminha tipo às 7 da noite com o pretexto de uma soneca. Que foi esticando, esticando e virou dormir de verdade. Eu, como pessoa mais normal, fiquei acordada vendo um filme e resolvi me recolher aos meus aposentos lá pelas 11:00. Tudo muito bom, tudo muito bem se por volta de 1 da manhã os vizinhos sociopatas não começassem a ouvir aquela música bate-estaca outra vez.
Acordei. Acordamos os dois. Na verdade quando fui trazida dos meus sonhos à realidade, Tomzinho já estava desperto e futucando o computador, tentando se manter calmo e equilibrado. Eu nem tentei. Já acordei prometendo murros, favelices, escândalos, troca de insultos. Mas meu maridinho, sempre ele, estava aqui do meu lado pra (tentar) me acalmar.
Segunda a gente fala com administração de novo, disse ele. Eu indignada disse que Rá! nem pensar que eu ia dormir com aquele barulho!! Enfim, eu queria porque queria bater na barede, dar um show e tal. Tomzinho deitou outra vez, me chamou pra deitar, me abraçou, respirou calmamente comigo, disse pra eu tentar relaxar, que no pé do morro era muito mais barulhento. Era mesmo, mas por isso mesmo não incomodava, era o normal.
Enfim, passados alguns minutos, ele mesmo percebeu que seria impossível dele dormir. Se levantou e disse "vou ligar pra polícia". Confesso que sempre vi filmes americanos onde a polícia era acionada por causa de barulhos e distúrbios na vizinhaça, mas fiquei cética. Juro que não acreditei que alguma coisa fôsse melhorar. Afinal 32 anos de Rio de Janeiro e 2 anos de pé do morro te deixam completamente escaldados. Bem, os caras foram super gentis com ele no telefone e disseram que iam resolver. Eu no meu afã de barraqueira-não-saciada, fiquei me coçando pra dar uma espiadinha pela porta. Mas aqui não pode. Você tem que ficar quietinha no seu canto.
Deitamos de novo, ouvidos a postos e, pasmem!, 5 minutos depois não tinha mais música!! Nada. Silêncio absoluto. Confesso que me senti meio com remorso, quase culpada, assim como um irmão pode se sentir fazendo queixa do outro irmão aos pais. Mas há também um sentimento de prazer delicioso. A gente precisou, falou e pronto. Fomos repseitados. E aqueles que não estavam respeitando souberam que tinham que mudar de comportamento. Gostei. Dormi que foi uma maravilha. Ouvindo o delicioso som do silêncio.

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